Dá pra saber como controlar as emoções, ou a única saída é deixar que elas surjam e desapareçam sozinhas?
Com certeza você já enfrentou situações onde gostaria de ter agido diferente, mas não soube como controlar as emoções.
- Talvez um término de relacionamento onde você se humilhou atrás, e se sentiu desvalorizada.
- Talvez uma briga com uma pessoa querida, onde você acabou tendo um acesso de raiva e falando coisas que não gostaria.
- Quem sabe até aquela tristeza persistente, que aparece sempre que bate a carência.
Como controlar as emoções, e impedir que elas nos controlem (principalmente no impulso do momento)?
O primeiro passo é entender porque nos emocionamos, e quais as melhores formas de comunicar essas emoções.
Continue comigo…
Como Controlar as Emoções: Ações Práticas
Em um mundo repleto de desafios e estresses, saber como controlar as emoções é fundamental para construir relacionamentos saudáveis.
As emoções desempenham uma variedade de funções essenciais na nossa vida, influenciando nosso comportamento, tomada de decisões e interações sociais.
Dizemos que há emoções “positivas e negativas” apenas como uma forma de descrever o que sentimos, mas mesmo o que parece negativo existe para nos alertar.
Toda emoção é uma reação a um estímulo ambiental e/ou cognitivo, e se manifesta de formas diversas, através das nossas atitudes, tom de voz, vocabulário, expressão corporal.
Veja a seguir algumas estratégias práticas que te ajudarão a lidar melhor com suas emoções e sentimentos, especialmente diante de situações estressantes.
1. Interprete suas Emoções
Saber reconhecer e interpretar emoções é o primeiro passo para desenvolver o controle emocional.
Geralmente sofremos no piloto automático, mas não paramos para observar e entender o que realmente estamos sentindo no momento.
Quando você começa a observar e nomear seus sentimentos, isso torna possível lidar melhor com eles.
Por exemplo: O cara marcou encontro contigo e não apareceu. A demora dele, junto com a ausência de contato, disparam em você o sentimento de raiva, imediatamente.
Se você agir no impulso, a tendência é soltar os cachorros em cima dele querendo saber porque ele não apareceu.
Entretanto, se você identificar o que está sentindo e porquê está sentindo, conseguirá perceber que está com raiva, decepcionada, triste, por ter levado um bolo.
É só parar um segundo, respirar, e identificar o que está sentindo. Isso vai interromper o caminho automático da emoção.
Logo, da próxima vez que estiver em um pico emocional, pare e observe o que está acontecendo com seu corpo. Diga para si mesma o que está sentindo. Exemplo: Medo, raiva, angústia, ansiedade, tristeza etc.
É à partir dessa interpretação que você decide como lidar com essa emoção.
2. Identifique os Gatilhos
Gatilho é tudo aquilo que dispara em você um desejo, uma reação, uma atitude, um comportamento.
Quando você conhece as situações que afetam seu equilíbrio e disparam uma emoção, se torna mais fácil traçar estratégias para lidar com isso e se fortalecer.
Por exemplo: Uma mulher enfrentando um fim de relacionamento, ao pegar no celular fica ansiosa e sente vontade de ficar olhando se o ex está online.
Ou seja, pegar no celular é um gatilho que dispara nela a emoção da ansiedade, e a leva a ter um comportamento que fortalece isso.
Então, quando aprende a identificar quais os gatilhos que disparam certas emoções em você, isso te permite ter maior controle sobre o que sente, e até mesmo prever quando uma emoção vai surgir.
3. Construa um Plano de Ação
Uma vez que você identificou os sentimentos e a causa deles, seu próximo passo é racionalizar a situação.
Usando o exemplo anterior, onde o cara te deu bolo no encontro, racionalmente falando, pense: Qual seria a melhor forma de reagir?
Analisando as informações concretas que você tem, a única coisa que sabe é que ele não apareceu. Isso não significa que não possa ter acontecido algum imprevisto, certo?
Se pensar racionalmente, um imprevisto é uma hipótese a ser considerada.
Logo, ao invés de partir pra discussão e cobrança, você pode deixar que ele explique o motivo da ausência, e então poderá analisar o que fazer.
Racionalizar a situação é olhar para os fatos concretos que você tem (não as paranoias que sua mente cria), e pensar: De acordo com o que sei, qual a melhor atitude a tomar para resolver?
Isso é sair do impulso e agir de forma consciente.
Quando você imagina os futuros cenários que podem acontecer, e cria estratégias de como lidar com o problema/situação, isso ajuda a reduzir a ansiedade e coloca seu cérebro no modo de resolução de problemas.
4. Tenha uma Válvula de Escape
Toda habilidade se desenvolve com prática, e não é diferente quando você quer aprender a controlar suas emoções.
Precisa treinar seu cérebro a parar de agir no piloto automático, sempre sendo reativa ao que te acontece.
No começo não será fácil. Mas se você persistir, essa habilidade de estar atenta às suas emoções se tornará parte de você.
Enquanto você desenvolve essa habilidade de racionalizar, aproveite para fortalecer as “emoções positivas” criando suas válvulas de escape, que te permitirão desligar um pouco da emoção e relaxar.
Alguns exemplos:
- Praticar meditação – é uma atividade excelente para autocontrole.
- Praticar atividades físicas – isso libera endorfinas e causa bem estar.
- Se envolver com alguma causa social – lutar por um ideal que você acredita vai te ajudar a se sentir melhor consigo mesma.
- Adotar um bichinho de estimação – pode ser uma experiência sem igual.
- Ter um diário para desabafar, registrando seus sentimentos e como lidou com eles – você aprende a identificar o que funciona.
- Ter novos hobbies – faça coisas que nunca fez.
5. Treine suas Competências Emocionais
A inteligência emocional é obrigatória para aprender como controlar as emoções, e isso inclui desenvolver duas grandes competências:
- Competências emocionais pessoais.
- Competências emocionais sociais.
As competências emocionais pessoais, como o nome sugere, estão relacionadas à forma como você se relaciona consigo mesma e lida com seus sentimentos e emoções.
Requer conhecer muito bem todos os seus pontos fortes e fracos, sabendo como utilizá-los em seu favor.
As competências emocionais sociais dizem respeito ao seu relacionamento com as outras pessoas, tentando formar vínculos saudáveis.
É entender como as pessoas se comportam, qual a melhor forma de lidar com elas, como colaborar com o crescimento delas, e usar as situações do cotidiano para se desenvolver.
Aqui usamos e abusamos da empatia: A arte de se colocar no lugar do outro e tentar entendê-lo como se estivesse na pele dele.
As duas competências juntas te ajudam a desenvolver autorresponsabilidade pelos seus atos, bem como ter um olhar mais humano sobre o próximo.
Comece a observar seu próprio comportamento, e a refletir sobre ele. Quais os seus pontos fortes e fracos? Como isso pode ser útil?
6. Foque no que é Importante
Costumo dizer que tem gente que deita no sofá para sofrer. A pessoa reserva um tempo só para relembrar memórias tristes.
Tire o foco do problema!
Se deixar sua mente ficar vagueando pelas lembranças, a tendência é que o sentimento ganhe cada vez mais força.
Assim que você identificar o gatilho causador da emoção, e perceber que está mudando de humor, mude o foco.
Ocupe sua mente com distrações que sejam positivas para você. Isso vai de acordo com sua personalidade: Música, filme, livro, passeio etc.
O importante é que você não alimente a emoção que está começando a se formar. Interrompa antes que ela ganhe força.
Se o gatilho causador é a presença de alguém, então afaste-se. O importante é reduzir tudo que pode intensificar a emoção.
IMPORTANTE: Mude o foco, mas não fuja. Não tape os olhos e finja que está tudo bem.
Sentir é necessário. O problema é alimentar o sentimento a ponto dele causar desequilíbrio.
Identifique o que está sentindo, saiba o motivo, entenda, mas escolha conscientemente não alimentá-lo e focar no que é importante.
7. Evite Influências Externas
O ambiente em que estamos e as pessoas com quem convivemos, influenciam direta e indiretamente a nossa visão de mundo, e como nos sentimos em relação a nós e aos outros.
Logo, se no seu entorno você é constantemente exposta à pessoas e situações que te causam emoções “negativas“, isso é um problema.
Quando for possível se afastar desse contexto, afaste-se. Mas se não é possível, comece a trabalhar para evitar ao máximo que esse contexto tenha influência sobre você – o que é bem difícil na prática.
Use suas válvulas de escape, aplique a técnica do contato zero, da pedra cinza (não reagir, apenas ignorar e se mostrar fria) e planeje-se para mudar de ambiente antes que ele mude você, definitivamente.
Se precisa interagir com pessoas que te despertam emoções “negativas”, desenvolva estratégias para lidar com elas sem que te afetem diretamente. Não podemos controlar os outros, mas podemos controlar como nos sentimos em relação à eles.
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8. Cuide da sua Saúde Física
Exercício físico e alimentação equilibrada são benéficos em qualquer contexto de vida, e isso não é diferente quando falamos de saúde emocional.
Ter uma dieta saudável ajudará seu corpo a ficar abastecido com vitaminas e minerais necessários à manutenção do humor.
Um estudo divulgado na revista científica The Journal of Neuropsychiatry and Clinical Neurosciences mostrou a importância da vitamina B12 para o corpo e a mente; sendo que sua deficiência pode causar estresse, ansiedade, dificuldade de concentração, além de déficit na memória e humor.
Do mesmo modo, fazer atividade física ajuda a manter sua saúde emocional em dia, além de melhorar o humor através da liberação de endorfinas.
Um estudo publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte demonstrou que o exercício físico interfere no humor. Ao comparar alunos que praticam muitos exercícios físicos, notou-se maior qualidade de sono e capacidade de controle emocional mais vital e mais forte.
Portanto, encontre atividades que te deem prazer e desfrute dos benefícios!
Aproveite para ler também: Como Parar de Ser Carente: 6 Passos Práticos.
Um beijo, sua linda! :*
REFERÊNCIAS CONSULTADAS:
LACHNER, C., STEINLE, N. I., REGENOLD, W. T. The neuropsychiatry of vitamin b12 deficiency in elderly patients. The Journal of Neuropsychiatry and Clinical Neurosciences. Vol. 24, 2012. Disponível em: <https://neuro.psychiatryonline.org/doi/10.1176/appi.neuropsych.11020052>. Acesso em: 28 jun 2023.
HAN, L. Effects of physical exercise on mood and sleep quality of college students. Rev Bras Med Esporte. Vol. 30, 2023. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbme/a/dvyBSKcRVHCTLxVNhK7Nx4K>. Acesso em: 28 jun 2023.